Grupo liderado por ex-presidente da Câmara de Muriaé que desviava dinheiro público é alvo de novos mandados
10/07/2024
Ex-vereador Carlos Delfim é suspeito de movimentar grandes quantias através de contas bancárias de familiares. Sexta fase da Operação 'Catarse' foi deflagrada nesta quarta-feira (10). Carlos Delfim, foto de arquivo
Reprodução/Silvan Alves
O Ministério Público de Minas Gerais deflagrou nesta quarta-feira (10) a 6ª fase da Operação 'Catarse', em Muriaé. A ação é realizada desde novembro de 2021 e tem objetivo de apurar uma associação criminosa liderada por Carlos Delfim Soares Ribeiro, ex-presidente da Câmara do município, responsável por crimes de lavagem de dinheiro.
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Segundo o MPMG, o ex-vereador é suspeito de movimentar grandes quantias através de contas bancárias de familiares. Até o momento, já foram apurados quase 800 crimes contra a Administração Pública.
Nesta nova etapa, policiais e investigadores cumpriram três mandados judiciais em Muriaé. O g1 questionou o Ministério Público se alguém foi preso ou apreendido e aguarda retorno.
A reportagem tentou contato com a defesa do político, mas foi informada de que ele havia trocado de advogado. O g1 não conseguiu localizar a nova até a última atualização desta matéria.
Ex-vereador foi condenado
Na terça-feira (9), Carlos Delfim, a esposa dele e um assessor foram condenados a 11 anos de prisão em regime fechado por lavagem de dinheiro e associação criminosa após outras fases da Operação 'Catarse'.
Em outro processo, o ex-vereador respondeu pela prática de corrupção e 24 crimes de concussão - quando a pessoa tira vantagem do cargo público que ela exerce. Ele ainda responde na Justiça por outros 178 peculatos - desvio de dinheiro público - e dois por lavagem de dinheiro.
Segundo a Sejusp, Carlos Delfim chegou a ficar preso em Uberlândia por quase 2 meses, mas foi solto com uso de tornozeleira eletrônica em junho de 2023. Ainda conforme a secretaria, ele ainda não havia dado entrada no sistema prisional após a publicação da sentença.
Em nota, a Câmara de Muriaé disse que “o processo diz respeito exclusivamente ao mandado do ex-vereador e corre em segredo de Justiça”. Afirmou, ainda, que o Legislativo não está envolvido, não recebeu nenhuma notificação e que sempre colaborou com as investigações.
Operação 'Catarse'
Conforme o promotor de Justiça Breno Costa da Silva Coelho, a operação já cumpriu 62 mandados de busca e apreensão desde o início.
1ª FASE: Investigações iniciais apontam dano de mais de R$ 12 milhões ao patrimônio público na Zona da Mata
2ª FASE: Gaeco deflagra ação de combate à corrupção e à prática de crimes contra o patrimônio público em Muriaé
3ª FASE: Diretor contábil e financeiro da Câmara de Muriaé é alvo
4ª FASE: Vereadores são alvos e quase R$ 400 mil apreendidos na Zona da Mata
5ª FASE: Ex-presidente da Câmara de Muriaé tem pedido de prisão preventiva decretado
Além disso, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária, dois de afastamento de cargos públicos e 10 de mandados cautelares de proibição de contratação com a Administração Pública.
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