Motorista que cochilou ao volante em batida que matou 4 pessoas na BR-040, em Juiz de Fora, já se envolveu em 7 acidentes
17/10/2025
(Foto: Reprodução) Câmera de ônibus registrou acidente que matou 4 pessoas na BR-040, em Juiz de Fora
O motorista da empresa intermunicipal de 51 anos envolvido o acidente na BR-040 que deixou 4 pessoas mortas já se envolveu em ao menos 7 acidentes de trânsito, três deles com morte. A informação é da Polícia Civil, que concluiu o inquérito da tragédia ocorrida em Juiz de Fora no dia 5 de setembro.
Segundo o delegado Daniel Buchmüller, responsável pelas investigações, em 2010, o condutor atropelou e matou uma pessoa. Em 2021, um motociclista também foi a óbito depois que o suspeito invadiu a contramão e o atropelou. O nome do motorista não foi divulgado.
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No acidente mais recente, no dia 5 de setembro, ele teria dormindo ao volante e colidido com a traseira de um ônibus do transporte coletivo urbano, que estava parado corretamente para embarque e desembarque de passageiros no km 779 da BR-040.
A batida deixou quatro mortos — entre eles uma criança de 2 anos — e 40 feridos.
Imagens internas do ônibus da Cometa mostram o condutor bocejando e com os olhos fechados segundos antes da colisão. “É nítido que ele luta contra o sono, e que o acidente ocorreu em um lapso em que o investigado dorme ao volante”, afirmou o delegado.
A Polícia Civil representou pela suspensão cautelar da CNH dele, alegando que a reincidência em condutas imprudentes.
O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público. O motorista foi indiciado por homicídio culposo na direção de veículo, lesão corporal culposa e lesão corporal qualificada, com agravantes por ser profissional do volante.
Câmeras internas flagraram motorista dormindo
Um vídeo mostra o momento em que o veículo sai da faixa da esquerda, entra na direita, invade o acostamento e atinge o ônibus, que estava parado no ponto. Assista acima.
Outra imagem também usada no inquérito, mas não liberada à imprensa, mostra o homem cochilando ao volante. Nela, segundo Buchmüller, o condutor aparece bocejando e com olhos fechados segundos antes da batida.
"A perícia e as oitivas comprovaram que o coletivo urbano estava devidamente estacionado e que o acidente decorreu de falha humana do condutor do ônibus interestadual”.
Ônibus urbano de Juiz de Fora foi atingido e capotou para fora da pista na BR-040
Gabriel Landim/TV Integração
Em depoimento, o motorista disse que não se lembra de nada, apenas da colisão. Laudos indicam que não houve frenagem nem tentativa de desvio o que, segundo o delegado, comprova o cochilo.
A investigação também indicou que o motorista não estava em escala exaustiva de trabalho, pois fazia sua primeira viagem pós-férias.
Outra imagem gravação externa mostra o ônibus juiz-forano parado no ponto, a aproximação do outro coletivo e o impacto.
Veja momento do acidente entre dois ônibus na BR-040, em Juiz de Fora
Veículo de Juiz de Fora estava parado no ponto
O acidente aconteceu por volta das 14h30, quando o ônibus de Juiz de Fora parou em um ponto às margens da rodovia, próximo a uma concessionária. Neste momento, foi atingido por trás e tombou.
Ônibus do transporte público em Juiz de Fora foi atingido na traseira por outro de viagem
Polícia Civil/Divulgação
O coletivo municipal fazia a linha 743 e estava a caminho do distrito de Toledos. Já o ônibus da Viação Cometa ia de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro. Eles bateram por volta das 14h30 do dia 5 de setembro.
Ao todo, foram 40 vítimas, oito delas do ônibus da Cometa e outras 32 do veículo do Consórcio Via JF.
Morreram no acidente:
Sophia Gonçalves da Silva, de 2 anos, e Maria Eduardah Mariano Silva, de 21 anos, mãe da menina e grávida de outro filho
Nicoli Augusta Santos Silva, de 16 anos, e Miria Aparecida Nunes, de 47 anos. Nicoli e Miria tinham ligação com a paróquia da região e participavam frequentemente de missas e eventos religiosos
Conforme o delegado, as vítimas de lesões corporais que ainda não formalizaram representação criminal podem procurar a Polícia Civil, munidas de documentação, para assegurar os trâmites legais e buscar reparações na esfera cível.
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