Jovem descobre AVC aos 23 anos após ir ao médico 3 vezes em menos de uma semana: ‘Medo era se eu ia voltar a andar’

  • 15/09/2024
(Foto: Reprodução)
Natália Assis, de Juiz de Fora, teve um AVC hemorrágico que demorou a ser identificado e tratado da forma correta. Dois anos depois, ela ainda faz acompanhamento do caso. Natália Assis teve AVC aos 23 anos Natália Assis/Natália Assis “Minha única preocupação era se voltaria a andar. Ficava pensando o que eu ia fazer da minha vida, quem ia cuidar de mim, já que não tenho família, como iria trabalhar sem poder mexer o braço”, relata a tatuadora Natália Assis, de 25 anos, que teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico há dois anos. À época, a juiz-forana foi três vezes ao hospital e demorou quatro dias para ter o diagnóstico e o tratamento adequado. 🔔 Receba no WhatsApp notícias da Zona da Mata e região Segundo Natália, ela tinha acabado de voltar de viagem e estava resfriada quando sentiu a ‘pior dor do mundo’, que a fez sentir a cabeça 'explodindo'. Depois de ir ao hospital e ficar mais de 5 horas aguardando atendimento, passou por um médico que falou que era um caso de enxaqueca, sendo medicada e liberada. Ela diz que trabalhou normalmente no dia seguinte, já que a dor estava menos intensa. "No terceiro dia acordei sentindo o lado esquerdo do corpo pesado e voltei ao hospital pela manhã. O médico falou que não era enxaqueca, mas labirintite [inflamação do ouvido interno ou dos nervos que ligam o ouvido interno ao cérebro]". Ao voltar para casa, percebeu sintomas de perda motora ao deixar os talheres cair da mão. A situação se agravou ao ponto dela cair no banheiro e ser encontrada por um vizinho, a quem pediu ajuda. A caminho do hospital, a jovem convulsionou. Com cardiopatia grave, criança juiz-forana de 3 anos tem vaquinha para custear tratamento em SP Mais de 500 pessoas morrem por ano em Juiz de Fora por causa de doenças cardíacas O AVC hemorrágico só foi confirmado no quarto dia dos sintomas e, por pouco, ela não precisou ser entubada devido às convulsões. Ao todo, precisou ficar internada um mês, com tratamento que incluiu também fisioterapia. Descoberta a doença, ela disse ter ficado mais calma. Eu fiquei muito tranquila com o diagnóstico e não tinha medo de morrer, pois estava me sentindo segura no hospital. Eu tinha medo de isso acontecer novamente fora de um socorro rápido. Minha preocupação era se ia conseguir voltar a andar, e os médicos não conseguiam responder. A suspeita é que as causas do AVC tenham relação com o uso de anticoncepcional e o tabagismo, fatores considerados de risco para a doença. Algumas semanas depois de ter alta, Natália teve novo susto ao apresentar quadro de dor de cabeça, precisando retornar ao hospital. "Descobri que tive transtorno de estresse pós-traumático ao ver o médico que tinha me liberado na primeira vez. Meu coração batia muito e, nesse momento, achei que estava tendo um AVC novamente", conta Natália Hoje, a jovem recuperou completamente os movimentos, não tem sequelas da doença, ainda faz fisioterapia e continua monitorando a saúde. AVC é a principal causa de morte entre as mulheres De acordo com dados do Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares já se tornaram a principal causa de morte entre as mulheres, especialmente por causa da demora no diagnóstico. Anualmente, são registrados cerca de 20 mil óbitos decorrentes de AVCs e infarto no Brasil. O AVC acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. Os sintomas mais comuns são: perda de força e de sensibilidade alteração de fala incapacidade de verbalização assimetrias no corpo Existem dois tipos de AVC: hemorrágico: quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia isquêmico: devido a uma obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Este é o mais comum, enquanto o hemorrágico é responsável por 15% , segundo o Ministério da Saúde. “Na maioria das vezes, esses sintomas acontecem apenas de um lado do corpo e de forma súbita”, explicou o neurologista Emerson de Paula Santos. Tabagismo é um dos fatores de risco Conforme o Ministério da Saúde, o cigarro é responsável por 4 em cada 10 mortes de mulheres com menos de 65 anos. Quando associado ao uso de anticoncepcionais orais, o número é ainda maior. Nas mulheres acima dessa idade, o tabagismo é responsável por cerca de 10% dos óbitos causados por doenças coronarianas. Além de estimular o estreitamento dos vasos sanguíneos, o tabaco faz com que as plaquetas do sangue grudem na parede do vaso, criando uma crosta que facilita o rompimento ou a obstrução do fluxo sanguíneo. A ginecologista Fernanda Franco Matheus explica que a combinação do estrogênio semi-sintético, presente no anticoncepcional, com o cigarro pode levar a formação de coágulos nas artérias e veias, interrompendo a irrigação do músculo cardíaco e levando-o ao infarto. Também cresce a chance de doenças vasculares periféricas, como varizes e tromboses. Ela destaca que muitas meninas começam a tomar a pílula contraceptiva oral ainda jovens, sem saber dos fatores de contraindicação e muitas vezes sem indicação médica. No caso de Natália, ela começou a tomar o anticoncepcional com 15 anos: "[Comecei a usar] para aliviar sintomas da endometriose, mas não sabia dos riscos do medicamento associado ao tabagismo". *estagiária sob supervisão da editora Juliana Netto. 📲 Siga o g1 Zona da Mata: Instagram e Facebook VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes A

FONTE: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2024/09/15/jovem-descobre-avc-aos-23-anos-apos-ir-ao-medico-3-vezes-em-menos-de-uma-semana-medo-era-se-eu-ia-voltar-a-andar.ghtml


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